segunda-feira, 9 de agosto de 2010

e vai surgindo uma outra história



Imagem: Estampa exclusiva Virginia Lotus , extraída do trabalho "Superfícies Porosas"


Modelar-cortar-costurar-escrever.

Poesia de tecido.

Criação de uma roupagem.

Eis aqui o encontro do suporte com o seu insuportável.

Roupa que veste corpo revestido de pele.

Pele que é superfíce.

Pele composta de poros.

Pele- maior órgão externo poroso - (não seria então: interno?)

E esta roupa que é superfície de trama? Roupa é também interna.

Profundidade
amparada pelo pensamento.

Queria eu sair nua por aí, mas escolhi acolher em mim palavras profundas tecidas de fibras trançadas, palavras agrupadas formando TEXTuras.

Elemento surpresa: A borboleta.

Não entende?

Superfícies porosas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009







casulo veste protege amarra
camisa de força de proteção que veste amarrada

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


*imagem de casulo retirada da internet

*ilustração Flávia Virgínia


E só encontrava nele uma infinidade de borboletas negras agitando nervosamente as asinhas pegajosas, atropelando-se para brotar logo entre os cabelos. (ABREU, 2002)


*imagens retiradas de publicações autorizadas na internet

A coleção será assinada pela marca Virginia Lótus , que possui em seu mix de produtos peças, que conceitualmente fazem referência aos clássicos, no exercício de gerar signos atemporais que dialogam com a contemporaneidade. Especialmente no que diz respeito ao posicionamento do indivíduo na sociedade, mesmo porque desde sempre a moda, como a literatura e as artes não puderam existir sem a relação com o corpo, que pensa, cria, desenvolve e faz uso dos objetos. Portanto, apesar de ser uma marca comercial, as belas imagens geradas nas roupas tem em seu pensamento a reflexão da estética das relações, ou seja, o uso da indumentária como suporte de um posicionamento conceitual.A moda toma o lugar da segunda pele e a própria roupa assume as suas superficialidades e profundidades, tal qual a pele enquanto um órgão poroso.




A coleção de Moda Uma história de borboletas, inspirada no conto de mesmo título de Caio Fernando de Abreu, será o resultado da busca poética das palavras para as coisas, num movimento de transpor os significados sem o receio de multiplicar os vários sentidos possíveis de interpretação, afecção, leitura ou qualquer outro movimento relacional.


É importante ressaltar que a proposta de transpor para as roupas um dado texto literário, não tem por finalidade transformar roupa em livro, sequer fazer inteligível nas peças de roupas, a densa literatura do Caio Fernando de Abreu. A questão é extrair da potência de ambos os suportes de pensamentos, moda e literatura, as poéticas, intensidades e afectos existentes e não institucionalizar ambos enquanto campos rígidos, limitados e autônomos.